Vazamento de Exame: ANAPRO exige anulação da prova de Matemática da 9ª classe e aponta dedo ao MINEDH

A abertura dos exames nacionais da 9.ª classe em Moçambique, esta segunda-feira (25 de Novembro, foi abruptamente manchada por uma acusação grave de fraude. A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) denunciou um alegado vazamento em escala nacional do exame de Matemática, exigindo a sua anulação imediata e a responsabilização dos culpados.

De acordo com Carlos Muhai, representante da ANAPRO, a prova começou a circular nas redes sociais antes do horário oficial de início, o que coloca em causa a integridade de todo o processo. “É inconcebível que, num sistema que se pretende justo e transparente, provas de exame apareçam nos telefones horas antes da avaliação. Trata-se de um atentado à integridade do ensino”, declarou Muhai.

Para piorar a situação, a associação considera que este tipo de incidente, recorrente em anos anteriores, mina a credibilidade do sistema educativo e penaliza duplamente: os estudantes que se prepararam com honestidade e os professores que cumprem rigorosamente o seu trabalho. “A educação é o pilar do desenvolvimento de uma nação. Quando se permite que fraudes como estas ocorram impunemente, está-se a comprometer o futuro de milhares de jovens”, alertou o representante.

Num desenvolvimento que agrava a crise, Muhai não descartou a possibilidade de conivência dentro do próprio Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH). “Não é possível que um exame de alto nível de segurança tenha vazado sem cumplicidade interna. Há sinais claros de falhas graves nos mecanismos de controlo e de ética institucional”, acusou.

Perante este cenário de desconfiança, a ANAPRO já anunciou que submeterá um pedido formal ao MINEDH exigindo a anulação do exame e a marcação de uma nova data, com garantias reforçadas de segurança. Além disso, a associação propõe a abertura de um inquérito independente para apurar circunstâncias do vazamento e identificar os responsáveis.

Do outro lado, a notícia do vazamento gerou uma onda de preocupação e indignação entre encarregados de educação, alunos e docentes. Muitos questionam a repetição destas situações sem consequências visíveis. “Como podemos confiar num sistema onde a fraude começa antes mesmo do aluno entrar na sala?”, desabafou uma encarregada de educação em Maputo, ecoando o sentimento de muitos.

Até ao momento, o Ministério da Educação ainda não se pronunciou oficialmente. No entanto, fontes do sector admitem que o incidente está sob análise e que decisões podem ser tomadas nos próximos dias.

Por fim, a ANAPRO reiterou que a sua luta vai além deste caso pontual, sendo um combate a uma "cultura de impunidade" que, segundo afirmam, se enraizou no sector. A associação apela à sociedade civil e às entidades competentes para que ajam com firmeza e urgência, a fim de evitar a repetição de casos semelhantes. A exigência de anulação surge, portanto, como um teste à coragem institucional para enfrentar o problema de forma transparente e eficaz.

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