
Trinta indivíduos foram hoje apresentados pela Polícia da República de Moçambique (PRM) como presumíveis membros do temido “Grupo 15”, uma alegada rede criminosa que tem estado a espalhar o pânico em diversos bairros da cidade e província de Nampula, através de assaltos nocturnos e actos de violência.
Nos últimos dias, multiplicaram-se os relatos de assaltos a residências, roubos de bens e agressões físicas levadas a cabo por indivíduos que actuam em grupo e durante a noite. Segundo relatos da população, os malfeitores costumam actuar armados com catanas, paus e até armas de fogo improvisadas. A sua actuação é rápida, violenta e muitas vezes deixa rasto de destruição.
O grupo passou a ser conhecido como “Grupo 15”, embora o número exacto dos seus membros seja incerto. As comunidades afectadas vivem em constante estado de alerta e medo, recorrendo, por vezes, à justiça pelas próprias mãos.
Em menos de duas semanas, pelo menos duas pessoas foram linchadas pela população sob suspeita de pertencerem ao “Grupo 15”. Em ambos os casos, as vítimas foram apanhadas em flagrante a tentar roubar, e a reacção popular foi imediata e fatal.
As autoridades apelaram à população para não recorrer a actos de justiça privada, alertando para os riscos e consequências legais desses comportamentos. No entanto, muitos residentes afirmam que perderam a confiança na capacidade da polícia para proteger as comunidades.
Face à escalada da criminalidade, a Polícia intensificou as acções de patrulhamento, investigação e recolha de denúncias. Na tarde desta terça-feira, a PRM convocou a comunicação social para apresentar publicamente 30 cidadãos suspeitos de pertencerem à referida rede criminosa.
Os detidos foram encontrados na posse de vários bens alegadamente roubados, como electrodomésticos, telemóveis, bicicletas, motorizadas, roupas e ferramentas. A polícia acredita que estes indivíduos estejam envolvidos em diversos assaltos registados nas últimas semanas em diferentes bairros da cidade de Nampula.
Vários dos detidos negaram categoricamente qualquer envolvimento nos crimes. Alguns afirmam terem sido detidos arbitrariamente, enquanto outros dizem ter sido confundidos com criminosos apenas por estarem na rua durante as rusgas policiais.
O porta-voz do Comando Provincial da PRM em Nampula, subinspector Edson Lázaro, afirmou que as detenções resultam de um trabalho de inteligência policial e de denúncias da população. “Estes indivíduos foram identificados com base em elementos concretos e reconhecimentos feitos pelas vítimas dos assaltos”, explicou.
Ainda assim, a Polícia garantiu que todos os detidos terão direito ao devido processo legal. “A investigação continua. Aqueles que forem inocentes serão libertados e os que forem responsabilizados terão de responder criminalmente pelos actos praticados”, acrescentou.
Nas ruas de Nampula, o sentimento é de alívio cauteloso. Muitos moradores esperam que estas detenções representem o início do fim da onda de criminalidade que tem assolado a província. “Já não dormíamos descansados. Cada noite era um tormento. Agora, com estas detenções, há esperança de que a tranquilidade volte”, disse um residente do bairro de Muhala Expansão.
Entretanto, organizações da sociedade civil têm pedido maior vigilância nos bairros periféricos, melhor iluminação pública, aumento do efectivo policial e acções concretas de reinserção social para jovens em risco.
O caso dos 30 detidos em Nampula reacende o debate sobre segurança urbana, eficácia da investigação criminal e os perigos da justiça popular. A PRM promete manter a ofensiva contra o crime, mas a população exige resultados duradouros e mais confiança nas instituições do Estado.
O “Grupo 15” poderá ter sofrido um golpe significativo, mas a verdadeira prova estará no desenrolar das investigações e na capacidade das autoridades em desmantelar, de forma definitiva, as redes que aterrorizam as comunidades.

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