Preço do Plástico longe da Realidade

André Cebola, nome fictício, 32 anos de idade, natural da província da Zambézia, catador de lixo a nove (9) meses, vim a Maputo em missão de serviço, na altura conduzia um camião e vinha deixar motorizadas em diferentes locais, mas depois não voltei, fiquei sem nada para sobreviver e acabei na rua.

Quando foi firmado o acordo na Zambézia devia permanecer pelo menos uma semana em Maputo, tenho uma carta de condução profissional. Eles deram-me o prazo de uma semana para depois eu retornar e levar o carro e voltar para lá. Mas chegado aqui tudo ficou complicado, deixei o camião e fiquei aqui disperso na rua.

Com desafios que a vida me colocava acabei entrando no mundo da droga vendi tudo que tinha acabei o dinheiro que devia financiar o meu regresso e fiquei em terra.

Hoje em dia perdi a minha dignidade, vivo na rua assim disperso feito de um menino de ninguém, o lixo tem sido a minha fonte de rendimento. São plásticos, vidro e tantos outros materiais recicláveis.

Juntando algumas garrafas, latas, para poder pesar e poder custear o meu dia-a-dia. Caso contrario iria mexer as coisas de dono, levar porrada, esse tipo de coisa.  Já estou por volta de oito a nove meses a fazer esse tipo de trabalho.

Viver na rua e trabalhar no contentor mina a sua vida, porque lixeira deita-se tudo e tudo junto, estamos expostos a isso tudo, ninguém nos defende enquanto mendigos, notam que as autoridades policiais quando entendem passam todas as noites por aqui para nos maltratar sem ter cometido nada de errado se não viver na rua, em alguns casos temos sidos vitimas de registos fotográficos e não temos consciência da finalidade.

Se conseguir o valor de transporte prefiro voltar para casa para sofrer diante dos meus familiares em detrimento da rua. Das vendas que tenho efectuado não consigo poupar quase nada por isso não passa de uma miragem ganhar dinheiro para regressar a terra que me viu a nascer.

Gostava de apelar as donas de casa para meter a comida em plásticos e sinalizar em casa de tratar-se de comida envenenada sob risco de dizimar a vida dos catadores de lixo. Parecendo que não Homens, mulheres e crianças alimentam-se nos contentores pelo que o seu gesto de bom Samaritano pode minimizar o risco deste segmento social.

As organizações que zelam pela reciclagem dos resíduos sólidos deviam engajar se na melhoria do preço do lixo, oito (8.00) meticais por um kg de plástico esta longe do custo de vida em Moçambique.

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