
Em tempos em que as mudanças climáticas e a degradação ambiental colocam em risco a sobrevivência de comunidades inteiras, projectos inovadores liderados por jovens surgem como sinais de esperança e caminhos alternativos para o futuro. O projecto PEGADAVERDE, idealizado por um grupo de ambientalistas moçambicanos, é uma dessas iniciativas que prova que o futuro pertence à juventude, e que não se pode falar de sustentabilidade sem considerar a inovação. Mais do que um simples negócio, trata-se de uma inspiração para todos os estratos da sociedade: dos decisores políticos aos consumidores, dos empresários aos estudantes, de todos aqueles que acreditam que pequenas soluções podem gerar grandes transformações.
Este é um exemplo vivo de como a criatividade, a responsabilidade ambiental e o empreendedorismo podem caminhar lado a lado. A PEGADAVERDE mostra que não basta sonhar com um mundo mais verde, é preciso agir, com coragem e visão.
Transformar resíduos em soluções inovadoras é o ponto de partida da PEGADAVERDE, fundada por Maximilian Dinah Saeni, jovem empreendedor que acredita que sustentabilidade e design não são conceitos distantes, mas aliados. A sua visão é clara: oferecer ao mercado moçambicano um produto que combine conforto, durabilidade e consciência ambiental, desafiando a dependência dos chinelos de plástico que tanto poluem solos e oceanos.
A proposta consiste em reutilizar resíduos vegetais e marinhos como matéria-prima para a criação de chinelos ecológicos. Cada par representa mais do que um objecto de uso diário: é o símbolo de uma alternativa real a décadas de poluição provocada por materiais descartáveis.
O que distingue a PEGADAVERDE não é apenas o produto, mas a narrativa que ele carrega. Ao calçar um destes chinelos, o consumidor participa ativamente na preservação do ambiente, transformando um gesto quotidiano em um ato de cidadania ecológica.
Embora ainda se encontre em fase de protótipo, o projecto já acumula conquistas que confirmam o seu potencial. Foi vencedor do Concurso de Ideias de Negócios Inclusivos do programa Empreender com Orgulho, promovido pela INCLUSÃO, e recebeu reconhecimento público do Presidente da República, Daniel Chapo, durante a Feira do Emprego.
Além disso, a PEGADAVERDE conquistou o primeiro lugar no Prémio Jovem Criativo, ao nível do distrito de Khapfumo, demonstrando que inovação, quando aliada ao compromisso ambiental, pode ser valorizada em diferentes espaços e contextos. Tais distinções não apenas consolidam a credibilidade do projecto, mas também reforçam a mensagem de que é possível gerar impacto positivo a partir de ideias aparentemente simples.
Actualmente, a PEGADAVERDE conta com uma equipa multidisciplinar de três colaboradores, que se dedica a aperfeiçoar cada detalhe: desde a resistência dos materiais ao design, passando pela estética e funcionalidade dos chinelos. Ao mesmo tempo, procuram atrair financiamento que permita a entrada no mercado comercial.
O caminho não é fácil. Inovar num sector tradicional como o do calçado exige paciência, investimento e apoio institucional. Mas a trajectória da PEGADAVERDE demonstra que quando a juventude alia criatividade a propósito social, as barreiras tornam-se oportunidades para crescer e melhorar.
Um convite colectivo
Para Dinah e a sua equipa, cada par de chinelos representa uma mensagem: a sustentabilidade não é um luxo, mas uma escolha possível a cada passo. O projecto não busca apenas conquistar clientes, mas criar uma comunidade de pessoas dispostas a pensar e agir de forma diferente.
Num contexto em que os resíduos sólidos se acumulam nas cidades, entopem esgotos, poluem praias e ameaçam a biodiversidade marinha, soluções como esta apontam para um horizonte de esperança. É como se cada produto carregasse a promessa de um futuro em que a economia e o ambiente não se anulam, mas se fortalecem mutuamente.

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