Moçambique voltou a deixar a sua marca de forma efusiva e notória no Festival LUJU 2025, realizado no emblemático espaço House-On-Fire, em eSwatini, no pretérito fim-de-semana - 1 e 2 de Agosto. Esta é a sétima vez consecutiva que o País participa naquele festival, reafirmando a sua presença não apenas com talentos artísticos — músicos e designers de moda, mas também com a robusta infraestrutura técnica moçambicana que dá suporte ao palco principal do festival.
Um dos grandes destaques desde a primeira edição da participação moçambicana no LUJU é o fornecimento de todo o sistema de som, luz, palco e grupo gerador do palco principal por uma equipa nacional liderada por Paulo Sithole, carinhosamente conhecido como Lito do Festival Marrabenta. Equipamentos 100% moçambicanos garantiram uma qualidade sonora irrepreensível, fazendo um casamento perfeito com o jogo de luzes vibrante e a integração de um sistema de gravação e projecção ao vivo dos concertos nas telas, transformando o Main Stage num dos mais comentados do festival.
Importa destacar que a parceria entre o Litho Stage e o Festival LUJU teve o seu embrião em 2017, quando o Director do LUJU, Jiggs Thorne, participou na edição do Festival AZGO em Maputo. Na ocasião, despertou a sua atenção ao constatar que Moçambique dispunha de um fornecedor de serviços de qualidade internacional para festivais — facto que anos mais tarde se concretizaria nesta colaboração técnica estruturada.
Nesta edição, particularmente, o palco principal acolheu nomes sonantes da música africana como Sipho Mabuse, Tkeez e tantos outros, mas o que mais se ouvia entre o público e os profissionais era o impacto técnico do palco principal – onde brotava uma fusão entre estética, engenharia e inovação vinda de Moçambique. A junção entre a programação rica, a gastronomia de excelência e um público vibrante deu ainda mais protagonismo à contribuição moçambicana.
A comitiva moçambicana é encabeçada pela Khuzula, através dos projectos Festival AZGO e XHUB, contando com o apoio estratégico do Instituto Nacional do Turismo (INATUR), num alinhamento directo ao projecto de promoção turística Triland, que liga Moçambique, Swazilândia e África do Sul. Esta parceria institucional tem ampliado o impacto cultural e económico da presença moçambicana nos festivais da região.
Em entrevista, Jiggs Thorne reconheceu que “a equipa de Moçambique tem contribuído significativamente para o sucesso do Festival LUJU, por intermédio do Festival AZGO e da XHUB, que têm liderado a curadoria e deslocação de estilistas, músicos e outros agentes culturais moçambicanos”. Sublinhou ainda que “a comitiva moçambicana dá vida e cor ao festival, trazendo segmentos extremamente criativos e inovadores. E outro facto é a parceria com o Litho Stage que nos tem projectado para patamares extremamente altos com toda a infraestrutura e qualidade refletida no Main Stage”.
No palco alternativo MasterCard, a cantora moçambicana Xixel Langa protagonizou um dos momentos mais emocionantes do festival. Mesmo tendo actuado num horário pouco estratégico, arrebatou o público com uma performance profundamente enraizada na ancestralidade africana. Invocando a paz com a sua música de abertura, explicou que “Moçambique é um país onde a paz deve sempre fluir”. Cantou também Maputo, exaltando a cidade como “um canto onde flui e se promove a diversidade cultural”. Emocionada, Xixel parabenizou a equipa do Lito por conseguir “emprestar equipamento e serviços com qualidade ao nível interno e externo”. E rematou: “Noto que em Moçambique há muita qualidade, o que me deixa tão orgulhosa de mim e de toda a equipa técnica moçambicana aqui presente”.
Outro ponto alto da representação moçambicana foi o desfile da Colecção Xigubo do estilista King Levi, apresentado no segundo dia do LUJU. A colecção, já estreada recentemente no Brasil, teve a sua estreia continental nesse festival. Inspirada na dança tradicional moçambicana usada como símbolo de resistência, emocionou o público não só pelo design de vanguarda, mas também pela performance artística que a acompanhou o termino da apresentação da Coleção quando ao som da música Va Tekile, de Xixel Langa, King Levi apresentou uma coreografia baseada no próprio Xigubo.
A nossa reportagem, King levi, agradeceu ao Festival AZGO por ter intermediado a parceria que lhe permitiu apresentar a sua colecção no LUJU. Disse: “Esta colecção visa reflectir a África e as suas raízes”. Acrescentou que “trazer a Xada Baba e a Ntsava é uma forma de mostrar que há sempre necessidade de unir esforços”. Finalizou afirmando que “a equipa de técnicos e equipamentos do Litho traz um diferencial relevante neste festival”.
Por sua vez, Filipe Mondlane, coordenador técnico indicado pelo Litho, referiu que “a manutenção do contrato com o Festival LUJU deve-se ao TPC que a equipa tem feito para inovar com equipamentos que facilmente se enquadram nos padrões internacionais”. Acrescentou ainda: “Mesmo quando técnicos de algumas bandas chegam para montar o set, tendem a elogiar-nos pelo suporte técnico à altura — não só com palavras, mas reconhecendo a nossa grandeza e pujança técnica”.
De realçar que esta edição do festival Luju, além dos espectadores provenientes de moçambique, a comitiva de artistas que foi composta pela Xixel Langa e sua banda, King levi e sua equipe, segmentos gastronómicos, jornalistas e equipe técnica que deu suas contribuições artísticas e técnicas. Moçambique não apenas participou do LUJU 2025 – marcou presença, elevou padrões e reafirmou-se como uma potência criativa e cultural da região.

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