Mobilidade intermodal arranca no Grande Maputo - Fase-piloto na linha de Ressano Garcia

O Ministério dos Transportes e Logística vai lançar esta quarta-feira a fase-piloto do Projecto Intermodal de Mobilidade Urbana na Área Metropolitana do Grande Maputo. A iniciativa visa integrar os transportes ferroviário e rodoviário, com o objectivo de melhorar a fluidez da mobilidade urbana e oferecer aos cidadãos uma alternativa mais eficiente e sustentável de deslocação.

A fase inicial do projecto irá operar exclusivamente na linha de Ressano Garcia, uma das mais importantes da região, utilizada diariamente por centenas de passageiros que se deslocam entre zonas periféricas e a capital. A intermodalidade permitirá que os utentes combinem o comboio com outros meios rodoviários num sistema articulado, com paragens estratégicas e horários coordenados.

De acordo com o Ministério, o modelo procura responder ao crescimento demográfico da área metropolitana, à saturação das vias rodoviárias e ao aumento dos tempos de viagem em horas de ponta.

 

Este lançamento ocorre num momento em que decorrem obras de duplicação da linha férrea de Ressano Garcia, uma aposta para aumentar a capacidade de transporte de mercadorias e passageiros. A primeira fase da duplicação, concluída em 2024, elevou a capacidade para 13 milhões de toneladas por ano, e prevê-se que a segunda fase atinja os 24 milhões.

Paralelamente, foram mobilizados financiamentos como o empréstimo de 40 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento  para aquisição de locomotivas, vagões e contentores para reforçar o transporte ferroviário.

 

Entre os principais benefícios esperados com este novo modelo destacam-se:

 

      A redução do congestionamento rodoviário;

       A melhoria da pontualidade dos serviços de transporte;

      O alívio da pressão sobre os operadores semi-colectivos;

       O incentivo à utilização de meios mais sustentáveis e com menor impacto ambiental.

 

O projecto envolve ainda a colaboração entre os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), transportadores privados e autoridades locais, num esforço conjunto para garantir o sucesso da implementação.

O Governo pretende, com esta experiência piloto, recolher dados operacionais e percepções dos utentes, com vista à expansão do modelo intermodal para outras linhas ferroviárias da região e, eventualmente, para outras cidades do país.

A aposta na intermodalidade marca um passo decisivo para modernizar o transporte público em Moçambique, adaptando-o aos desafios actuais de urbanização e mobilidade sustentável.

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