Greve dos Profissionais de Saúde em Moçambique

Uma luta por condições de trabalho justas e atendimento de qualidade, os profissionais de saúde em Moçambique têm enfrentado uma série de desafios ao longo dos anos, que culminaram em uma nova fase de protestos programada para 17 de abril de 2025. Esta insatisfação é um reflexo das condições laborais precárias, que incluem não apenas a falta de pagamento de horas extraordinárias, mas também questões como a sobrecarga de trabalho e a falta de recursos adequados para realizar suas actividades.

Em uma conferência de imprensa realizada em 14 de abril, a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) formalizou a decisão de interromper o atendimento hospitalar fora do horário regular, limitando-o às 7h30 às 15h30. Essa medida é um passo drástico, mas necessário, que visa chamar a atenção do governo para a situação crítica enfrentada por esses profissionais.

Anselmo Muchave, presidente da APSUSM, declarou que a decisão de restringir o atendimento se deve à inércia do governo em responder às reivindicações da classe. Os profissionais de saúde também expressaram sua frustração em relação à falta de diálogo e negociação com as autoridades, o que tem contribuído para um ambiente de trabalho insustentável.

Os motivos que levaram à suspensão do regime de trabalho por turnos são variados e complexos:

       Falta de pagamento de horas extraordinárias: Muitos profissionais estão trabalhando além do horário normal sem a devida compensação financeira.

       Subsídios de turno não pagos: Os trabalhadores noturnos e aqueles que actuam em horários não convencionais não estão recebendo os incentivos financeiros estabelecidos por lei.

       Descanso semanal não respeitado: A ausência de tempo de descanso adequado não só afecta a saúde mental e física dos profissionais, mas também compromete a qualidade do atendimento prestado à população.

Esses Factores têm levado os profissionais a se sentirem desvalorizados e desmotivados, o que pode impactar sua capacidade de oferecer um atendimento de qualidade.

A greve anunciada pode ter consequências significativas para o sistema de saúde em Moçambique. Com a suspensão do atendimento fora do horário normal, a população poderá enfrentar:

       Aumento das filas e da espera por atendimento: Com menos horas de atendimento disponíveis, os pacientes que precisam de cuidados médicos podem enfrentar longas esperas, agravando sua condição de saúde.

       Sobrecarga nos serviços de emergência: A restrição de horários pode levar a um aumento da demanda nos serviços de emergência, que já estão sobrecarregados.

       Risco à saúde pública: A interrupção de serviços essenciais pode colocar em risco a saúde da população, especialmente em situações de emergência ou durante surtos de doenças.

A sociedade civil e os usuários dos serviços de saúde têm expressado preocupações sobre o impacto que essa greve pode ter na saúde pública. Enquanto isso, a resposta do governo a essa situação será crucial. A falta de acção pode resultar em um aumento da insatisfação popular e em pressões adicionais sobre as autoridades para resolver as reivindicações dos trabalhadores.

A retomada da greve pelos profissionais de saúde em Moçambique é um sinal claro da necessidade urgente de uma abordagem mais eficaz por parte do governo. O diálogo aberto e a negociação são essenciais para encontrar soluções sustentáveis que atendam às necessidades dos trabalhadores e garantam a qualidade do atendimento à população.

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