Execução de “Formiga” agente da PRM em Ndlavela gera clima de medo na Matola

Na madrugada de quarta-feira, o bairro de Ndlavela, na cidade da Matola, foi palco de um crime hediondo que culminou na morte de um homem conhecido com o “Mosquito”, supostamente agente da Polícia da República de Moçambique (PRM). A vítima foi alvejada com mais de 30 disparos por indivíduos não identificados, que se faziam transportar em dois veículos. A população local, ainda em estado de choque, relatou ter acordado com o barulho intenso dos tiros, descrevendo momentos de pânico e insegurança.

 

Fontes no bairro afirmam que Mosquito era uma pessoa discreta e pouco comunicativa, mas que cumprimentava sempre os vizinhos. Apesar disso, poucos conheciam detalhes sobre a sua vida pessoal ou profissional. A suspeita de que se tratava de um agente da PRM ganhou força entre os moradores e foi reforçada por informações não oficiais. Contudo, até ao momento, as autoridades ainda não prestaram um esclarecimento formal sobre a identidade da vítima ou o motivo do crime.

Este caso vem juntar-se a uma série de homicídios violentos registados recentemente na cidade da Matola. Em Junho, um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) foi morto com cerca de 50 tiros no bairro de Nkobe. Já em Julho, outros dois agentes – um da PRM e outro do SERNIC – foram executados a tiro, com um total de 54 projécteis, no bairro de Infulene. Estes acontecimentos têm gerado um clima de alarme generalizado e levantam sérias dúvidas quanto à segurança dos próprios agentes e da população em geral.

 As autoridades moçambicanas anunciaram que estão a investigar os casos e prometeram uma resposta firme. Segundo o porta-voz do Governo, brigadas especializadas encontram-se no terreno a recolher dados e indícios que permitam a identificação dos autores. Contudo, a ausência de detenções até ao momento e o silêncio oficial face à sucessão de mortes têm aumentado a desconfiança e o medo entre os cidadãos.

Perante esta sequência de assassinatos, crescem as suspeitas de possíveis ligações ao crime organizado ou a redes criminosas infiltradas nas forças policiais. Analistas consideram que poderá estar em curso uma série de ajustes de contas ou mesmo conflitos internos entre agentes. A população, por sua vez, exige respostas urgentes e medidas concretas para restaurar a ordem, alertando que o sentimento de insegurança cresce a cada dia na cidade da Matola.

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