
Dados recentes divulgados pelas autoridades nacionais revelam um cenário alarmante: 37% das crianças moçambicanas com menos de cinco anos enfrentam sérios riscos de vida devido à desnutrição aguda e crónica. Esta condição tem implicações profundas, comprometendo não apenas o desenvolvimento físico e cognitivo de uma geração, mas também o futuro social e económico do país.
Perante a gravidade da situação, o Governo de Moçambique aprovou um novo plano estratégico para combater o problema. A meta é ambiciosa: reduzir a taxa atual de 37% para menos de 30% até 2030. Esta iniciativa alinha-se com os compromissos internacionais do país, nomeadamente com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS 2), que visa erradicar a fome e promover a segurança alimentar.
Para alcançar este objetivo, o plano prevê acções multissectoriais, coordenadas pelos Ministérios da Saúde, Agricultura, Educação e Género, contando ainda com o apoio de parceiros internacionais. Entre as medidas-chave destacam-se:
· O reforço da nutrição materno-infantil.
· A implementação de programas de educação alimentar nas comunidades.
· A promoção da agricultura familiar para garantir fontes de alimento sustentáveis.
· A melhoria do acesso a serviços de saúde para a deteção precoce e tratamento da desnutrição.
No entanto, especialistas alertam que, para além das intervenções institucionais, é crucial promover uma mudança de comportamento ao nível familiar. Campanhas de sensibilização sobre a importância de uma alimentação equilibrada, da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, e de práticas de higiene são consideradas fundamentais para o sucesso da iniciativa.
A efetiva implementação deste plano dependerá, em última análise, da mobilização de recursos financeiros adequados e de um sistema de monitorização contínua para aferir resultados e ajustar estratégias, assegurando que a luta contra a desnutrição infantil avance de forma consistente.

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