Chamanculo devastado por inundações clama por socorro

Chove e o caos instala-se. Este é o cenário vivido pelos residentes do bairro do Chamaculo, na cidade de Maputo, sempre que a chuva cai com intensidade. O epicentro do problema localiza-se na Avenida Marcelino dos Santos, onde as valas de drenagem, entupidas há anos, já não conseguem dar resposta ao volume das águas pluviais, provocando inundações graves e transtornos para a população local.

 As valas, obstruídas por lixo, entulho e sedimentos acumulados, deixaram de cumprir a sua função essencial: escoar a água da chuva. O resultado são ruas alagadas, casas invadidas pelas águas, móveis destruídos, perdas materiais e famílias inteiras impossibilitadas de sair das suas residências. “Vivemos com medo sempre que o céu escurece. A chuva tornou-se um pesadelo”, desabafa Ana Luís, residente na zona há mais de 10 anos.

A proximidade da época chuvosa intensifica os receios da comunidade, que teme enfrentar mais uma temporada marcada por perdas e sofrimento. Os moradores pedem intervenção imediata por parte do Conselho Municipal, alertando que o silêncio das autoridades só contribui para agravar a situação e colocar vidas em risco.

 Enquanto não surgirem soluções estruturais, os residentes de Chamaculo continuarão a enfrentar, ano após ano, as consequências de um sistema de drenagem colapsado, que deixa a população à mercê das chuvas e do abandono.

 A população afirma que tem feito inúmeras reclamações junto das autoridades municipais, mas sem qualquer resposta efectiva. “Estamos abandonados. As valas não são limpas, nem reabilitadas, e ninguém nos ouve. Quando chove, não conseguimos sair de casa, as crianças faltam à escola e há risco de doenças”, lamenta Carlos, outro morador afectado.

 O problema não se limita apenas às zonas residenciais. Durante os dias de chuva intensa, o tráfego na Avenida Marcelino dos Santos torna-se quase impossível. Viaturas de baixa suspensão ficam submersas, e os transportes públicos evitam circular na zona, agravando ainda mais as dificuldades de mobilidade dos moradores.

 Para os residentes, a solução passa por uma reestruturação urgente do sistema de drenagem da área. “As infra-estruturas actuais estão completamente ultrapassadas. Precisamos de uma nova vala ou de um sistema moderno que consiga lidar com a quantidade de água que se acumula aqui”, apela um morador que preferiu não ser identificado.

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