CFM em Maputo: Sistema de Cobrança da Automotora Gera Confusão e Insatisfação entre Passageiros

A implementação da automotora dos CFM na rota entre Matola e Maputo tem dividido as opiniões dos utilizadores deste serviço. O percurso, que combina o autocarro da Matola até ao Km15 (Estação Daniel) com a automotora até à Estação Central na baixa da cidade, deveria ter um custo total fixo de 70 meticais.

Contudo, na prática, os passageiros têm enfrentado inconsistências no sistema de cobrança. Esta manhã de segunda-feira, por exemplo, uma fonte disse ao jornal que deslocou-se da Matola para os CFM, onde apanhou um autocarro em direção a Praça dos Combatentes. Apesar do trajecto incompleto, foi-lhe debitado apenas 70 MTN, valor que corresponde a um trajecto. Questionada sobre o incidente, a tripulação manteve-se em silêncio, num gesto interpretado como reconhecimento do erro.

Especialistas em sistemas de transporte sugerem que o problema está na operação do aplicativo de pagamento. Segundo explicam, o software foi desenvolvido para obedecer a uma sequência específica de validação – primeiro no autocarro, depois na automotora e por fim no autocarro.  Quando essa ordem não é seguida, os próprios passageiros são prejudicados, podendo para além do que deviam (e ter problemas futuros) ou, mais comummente, serem cobrados a mais, sem direito ao desconto da integração.

Esta falha técnica está a ter consequências diretas. Frustrados com a imprevisibilidade dos custos, alguns utilizadores estão agora a optar por regressar ao serviço do Metro Bus, que em contraste com o sistema do CFM, é apontado como mais inteligente e fiável na sua operação e cobrança.

A fonte entrevistada ilustrou o impacto no bolso do passageiro: "O meu orçamento mensal para transporte da Matola à cidade de Maputo era estimado em 3000 MTN. Com estas discrepâncias no sistema, essa previsão deixou de corresponder à realidade." A situação expõe, assim, não apenas uma falha operacional pontual, mas um problema de planeamento que afecta a confiança dos cidadãos e a economia das suas deslocações diárias.

A reportagem tentou obter um esclarecimento oficial dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), mas sem sucesso até ao momento. A falha permanece: até quando os utentes terão de lidar com um sistema de pagamento que, em vez de facilitar, complica as suas viagens?

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