A Vodafone M-Pesa Moçambique realizou, hoje, em Maputo a 3ª edição da Conferência M-Pesa Fintalks, sob o lema: “Inclusão Financeira como Pilar para a Transição Geracional e o Auto-emprego Sustentável”. O evento é organizado em parceria com o Financial Sector Deeping Moçambique (FSDMoç), Associação Moçambicana das Fintechs (FinTech.MZ), a Associação GSM (GSMA), M-Pesa Africa, Agência Internacional de Cooperação Alemã (GIZ), Fundação Vodacom e a New Faces, New Voices (NFNV).
A conferência Fintalks deste ano contou com a participação de líderes de vários sectores da economia, incluindo representantes do Governo ao nível do regulador, o Banco de Moçambique, a Associação Moçambicana de Bancos, Instituições Financeiras, ONGs, Comunidade Académicas e o corpo directivo do Grupo Vodacom a nível nacional e continental.
Durante o seu discurso de abertura, o Presidente do Conselho de Administração da Vodafone M-Pesa Salimo Abdula, afirmou que o lema desta 3ª edição é relevante no contexto actual de Moçambique, que enfrenta os desafios relacionados com os elevados índices de desemprego, a escassez de oportunidades económicas e uma crescente vulnerabilidade financeira.
Salimo Abdula referiu ainda que em Moçambique a maioria dos jovens enfrentam dificuldades em transitar para empregos estáveis, bem como para o empreendedorismo, devido ao acesso limitado ao capital financeiro, à insuficiente literacia financeira e à escassez de soluções digitais adaptadas às suas necessidades.
Diante disso, o dirigente assume que é neste cenário que a inclusão financeira digital torna-se uma oportunidade e um catalisador de transformação social e económica, servindo como ponte para o desenvolvimento do potencial dos jovens e mulheres na criação de negócios sustentáveis, na conquista da autonomia e na garantia de uma transição geracional mais harmoniosa da economia.
Por sua vez e na mesma senda, o director geral da Vodafone M-Pesa, Sérgio Gomes, explicou que a inclusão financeira pode ser explorada de forma a abrir caminhos para que mais jovens participem activamente na economia, impulsionam a inovação e encontrem no auto-emprego sustentável, uma oportunidade real de transformação das suas vidas e das suas comunidades.
“Ao escolher a Inclusão Financeira como Pilar para a Transição Geracional e a Criação do Auto-Emprego Sustentável como tema central desta 3.ª edição do FinTalks, reafirmamos a necessidade de capacitar a juventude para assumir um papel central no crescimento económico de Moçambique”, explicou Sérgio Gomes.
No momento derradeiro do evento, a Directora Executiva do FSD Moç, Esselina Macome, disse que futuro da inclusão financeira está dependente da colaboração intersectorial, tendo destacado que a inclusão financeira deve ser entendida também como um direito humano, por devolver dignidade a milhões de moçambicanos que, durante anos, viveram com limitações económicas e sem acesso a serviços financeiros formais.
Novas soluções digitais revolucionam o uso e o acesso a serviços financeiros
Foram destaque desta edição da Conferência Fintalks a apresentação de histórias reais de inclusão financeira como ferramenta para impulsionar a mudança geracional e o auto-emprego, tal como aconteceu na intervenção de Gabriela Rosales, líder de equipa e responsável pela componente de Acesso aos Serviços Financeiros do Programa GIZ-VAMOZ Competir.
Na sequência, foram apresentadas soluções de diversos segmentos financeiros que já estão a gerar impacto concreto, como é o caso do M-Pesa que apresentou o serviço “Txova”, uma solução de microcrédito automático que vem responder a uma das maiores limitações enfrentadas pelos clientes: a falta de pequenos valores monetários para completar transacções essenciais do dia-a-dia.
PRIMEIRO PAINEL DE DEBATE:
Do Acesso ao Impacto: Como a Inclusão Financeira Pode Remodelar as Dinâmicas do Mercado de Trabalho em Moçambique.
O primeiro Painel de Discussão na 3ª edição da Conferência M-Pesa FinTalks esteve subordinado ao tema Do Acesso ao Impacto: Como a Inclusão Financeira Pode Remodelar as Dinâmicas do Mercado de Trabalho em Moçambique.
Sob moderação de Vânia Nhaúle, o painel foi composto por Jaime Comisse, representante da Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), Dário Camal, académico, diplomata e activista social, e Carlos Mondle, vice-presidente da FintechMZ.
Durante o debate, Dário Camal referiu que os desafios da inclusão financeira em Moçambique vão além do uso e acesso aos serviços financeiros, destacando a necessidade de uma colaboração multissectorial para um investimento na literacia tecnológica e financeira, incluído a agenda da literacia financeira nos currículos escolares. Além disso, Camal defende que a inclusão financeira requer a criação de produtos financeiros acessíveis e adaptáveis à realidade socioeconómica do país.
Por sua vez, Carlos Mondle abordou os desafios relacionados com a criação, licenciamento e investimento nas soluções financeiras digitais em Moçambique tendo destacado a morosidade do processo de incubação dos serviços junto do regulador, políticas não adaptáveis à dimensão do investimento, escassez de mão-de-obra qualificada ou especializada, entre outros.
Baseado na sua vasta experiência na UNIDO, Jaime comiche falou da importância da colaboração multissectorial e resiliência na consolidação de soluções digitais tendo como exemplo o Balcão de Atendimento Único (Baú) e o seu impacto na racionalização, modernização e simplificação de processos administrativos.
SEGUNDO PAINEL DE DEBATE:
Como as Comunidades, os Bancos, as Fintechs, os Reguladores e o Governo podem, LIGADOS, Impulsionar a Mudança
Desde 2015, o número de contas móveis em Moçambique registou um crescimento expressivo, passando de 28% para 109% em poucos anos. Esse aumento reflecte a adesão massiva de milhares de pessoas ao uso de sistemas financeiros digitais. Contudo, à medida que a inclusão financeira avança, surge também a necessidade de criar complementaridade entre os diferentes sectores.
Foi com base nessa reflexão que o último painel de debate da 3ª edição da Conferência M-Pesa FinTalks destacou a urgência de se garantir um ecossistema mais integrado, onde as comunidades, os bancos, as fintechs, os reguladores e o governo caminhem lado a lado na promoção da mudança. A mensagem central foi clara: o futuro da inclusão financeira não depende apenas da tecnologia, mas da capacidade de criar pontes de confiança, colaboração e inovação entre todos os actores envolvidos.
Os intervenientes sublinharam ainda que a consolidação deste caminho exige políticas robustas, soluções inovadoras que respondam à realidade local e maior literacia financeira para que os cidadãos não apenas tenham acesso às plataformas, mas possam utilizá-las de forma consciente e inclusiva.
Este painel foi moderado pelo economista Egas Daniel e composto por Elda Monteiro, directora do gabinete de Inclusão Financeira do Banco de Moçambique, Casimiro Chicuava, representante da Associação Moçambicana de Bancos, Felix Kamenga, Director Comercial da M-Pesa Africa.
Estudantes universitários apresentam soluções de inclusão financeira
Em jeito de ilustração do momento FINCKATHON, as soluções inovadoras para responder aos desafios da inclusão financeira ganharam espaço na 3ª edição do M-Pesa FinTalks, que decorreu no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo. O painel relembrou as quatro soluções vencedoras da edição M-Pesa FINCKATHON 2025, que demonstram como a criatividade e a tecnologia podem impulsionar a transformação digital.
Foi nessa senda em que a conferência procedeu a uma sessão das soluções apresentadas pelos estudantes universitários e que estão em fase de incubação para serem integradas no M-Pesa, o primeiro chama-se “M-Guia”, solução apresentada pelos estudantes do ISUTC, torna o M-Pesa mais acessível através da inserção de línguas locais e do uso de voz, garantindo maior inclusão digital.
A outra proposta é o “Procura Já”, concebida pelo grupo estudantil da UEM, que permite identificar os agentes M-Pesa com saldo disponível, evitando que os clientes percorrem longas distâncias em busca de atendimento.
A Uni Zambeze apresentou o “M-Loda”, um sistema que promove a cooperação entre agentes para evitar a falta de recursos financeiros, permitindo transferências rápidas e garantindo maior fluidez na utilização do M-Pesa.
Por último, o ISCTEM trouxe o “M-Djo”, uma solução inclusiva que, através de um sistema de voz, possibilita que pessoas que não sabem ler nem escrever realizem transacções financeiras de forma autónoma.
Essas soluções demonstram o compromisso do M-Pesa em continuar a promover a inclusão financeira e digital, criando ferramentas que aproximam comunidades, fortalecem pequenos negócios e ampliam o acesso a serviços financeiros em Moçambique.
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