IMEDE reflects on the phases of development of Mozambican sports

Decorreu na tarde desta quarta-feira, 03 de Setembro, a 4ª edição do Café do Desporto sob o lema "50 anos da independência nacional e percurso do futebol moçambicano", com o objectivo de refletir sobre as fases do desenvolvimento do desporto nacional e particularmente o futebol, organizado pelo Instituto Médio do Desporto e Educação Física de Moçambique (IMEDE) numa instância Hoteleira da capital moçambicana.

O Diretor Geral do IMEDE, Paulo Saveca, falou dos objectivos da realização deste evento.

“O objectivo central deste evento é fazer uma reflexão sobre os contextos todos que foram vividos desde a independência nacional até os dias de hoje, tendo em conta aquilo que foram as fases de desenvolvimento do nosso desporto, mas do futebol em particular, e associar isso ao conhecimento científico, as várias experiências das outras sociedades, dos outros países, como Portugal. Desta vez convidamos dois investigadores portugueses da Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciência de Desportos, que vem beber um pouco daquilo que é a nossa característica do nosso futebol e também darem sugestões daquilo que é a modernidade do futebol.

Uma das temáticas importantes também que estamos a debater aqui é a questão da inteligência artificial aplicada ao desporto”, disse Paulo Saveca.

A Directora do Fundo de Promoção Desportiva (FPD), Sílvia Langa, enalteceu os feitos do IMEDE na realização do IV Café do Desporto.

“Quando temos estas oportunidades de discutir, abrir aquilo que são as nossas fraquezas, buscando outras experiências, sobretudo de países um pouco mais atendidos e também académicos da área do desporto. Estamos a dar uma oportunidade de avaliarmos onde estamos, de onde viemos, para onde vamos e em que momento estamos e como é que nós podemos ir longe buscando experiências mais avançadas, estamos cientes que o nosso país tem muitas dificuldades a nível da gestão do desporto, do financiamento, dentre outras áreas, mas ao buscarmos essas experiências, a buscarmos académicos nacionais que bebem um pouco daquilo que são experiências de estudos já comprovados, é uma mais-valia para buscar soluções pontuais para aplicar a nossa realidade”, avançou.

O antigo jogador da selecção portuguesa, investigar e formador em futebol, João Tomás, abordou sobre a temática da formação tanto do jogador bem como do treinador.

“Creio que tem bem definido aquilo que é necessário para o crescimento do país e do futebol, essencialmente da formação, porque eu ouvi muita gente preocupada com o nível de formação que existe aqui em Moçambique, por isso eu creio que essa reflexão terá que ser feita. Chegar ao nível das melhores seleções mundiais é um caminho difícil e longo, mas naturalmente é preciso começar aproveitar o bom que já tem, o talento, a questão que também foi muito referida aqui, a questão dos jogadores já nascerem com o dom, e por isso há que aproveitar.

Percebi claramente pelo que foi dito, existe a preocupação das questões infraestruturais, daquilo que são as diretrizes até próprias do Governo, para que exista outra disponibilidade para que os clubes possam construir e criar novos jogadores, novas referências”, sublinhou o antigo jogador da selecção portuguesa.

 Renato Caldeira, decano do jornalismo desportivo moçambicano, com mais de 60 anos de carreira, mostrou-se preocupado com a venda de espaços desportivos e bem como o desfile com equipamentos de clubes portugueses, como Benfica, Porto e Sporting, a falta de identidade tem se notado nos nossos dias, pois “os jovens moçambicanos não sentem se orgulhosos por vestir camisolas do Ferroviário, Matchedje e de outros clubes nacionais”, afirmou.

 Um dos maiores avançados do país, Dário Monteiro, que brilhou com as cores dos Mambas deixou ficar que “o principal desafio que temos para a transformação do futebol é a transição do futebol, como arte e enquadrar a ciência, se conseguirmos fazer isso, teremos bons resultados, devemos olhar o futebol com ciência, falamos muito e fazemos pouco”.