O Povo Desconfia e a História Confirma: Quem Aperta a Mão da FRELIMO Não Sobrevive

Luis Munguambe Junior"

 

A História, essa velha senhora que nunca esquece, tem repetido a mesma lição para quem ousa prestar atenção: quem aperta a mão da FRELIMO não sobrevive. E, no entanto, há sempre quem insista, talvez iludido por promessas ocas, talvez convencido de que desta vez será diferente. Mas não é. Nunca foi. Nunca será.

Quem se aproxima demais, desaparece. Quem confia, trai-se a si mesmo. Quem acredita nas palavras doces, acaba engolido pelo veneno. Está tudo escrito, desde os tempos da luta armada até aos dias de hoje. Inimigos, aliados, dissidentes, oportunistas — o destino de todos é previsível. Uns caem misteriosamente, outros são apagados sem explicação, e os que sobrevivem vivem como mortos, silenciados pelo medo ou pela conveniência. Alguém ainda se lembra de Samora Machel? O herói da independência, o homem que acreditava na revolução, o líder carismático que, de repente, caiu do céu. O que aconteceu realmente em Mbuzini? Quem sabia demais? Quem lucrou com a sua morte? Perguntas que continuam sem resposta oficial, mas que o povo já respondeu há muito tempo.

E o que dizer de André Matsangaíssa e Afonso Dhlakama? Eram adversários, sim, mas nem eles escaparam. Porque para o poder absoluto, qualquer voz dissonante é um perigo. Qualquer sombra de resistência tem de ser esmagada. Hoje, a história repete-se, e os acordos de paz não passam de cortinas de fumo, feitas para enganar quem ainda acredita que há diálogo possível com quem nunca cumpriu uma promessa.

Daviz Simango, o político que ousou sonhar com uma alternativa, partiu subitamente. Causa natural, dizem. Mas há algo de muito conveniente na forma como os opositores desaparecem um por um, sempre no momento certo, sempre quando a sua presença se tornaria uma pedra grande demais no sapato do sistema. O que acontece com empresários que crescem sem ajoelhar-se perante o partido? De repente, surgem problemas fiscais, processos judiciais, investigações implacáveis. Alguns são empurrados para o exílio, outros caem em desgraça, e há os que simplesmente evaporam, sem deixar rastro. E os raptos? Ah, os raptos… O povo fala, sussurra nos mercados, nos transportes públicos, nas mesas de jantar. Dizem que os alvos não são escolhidos ao acaso, que há uma rede invisível, que há quem saiba e não diga, que há quem mande e finja que não vê. E como é que a polícia, tão eficiente para esmagar protestos pacíficos, nunca consegue encontrar os verdadeiros mandantes dos sequestros?

Se há algo que a FRELIMO faz bem, é varrer a sujeira para debaixo do tapete. O problema é que o tapete já está cheio demais, e o cheiro da podridão tornou-se impossível de ignorar. O povo desconfia, sim, mas desconfia porque aprendeu com a dor, porque a história já lhe mostrou que confiar é um luxo que só os ingênuos podem se dar ao luxo de ter. Sim, Venâncio, o último que confiou foi alguém que tu deves conhecer. Alguém que acreditou que, ao apertar a mão da Frelimo, estaria a construir algo melhor para o país, para o povo, para o futuro. Ele não viveu para contar a história. Não porque não queria, mas porque a história foi-lhe tirada, subtraída de forma cruel e insidiosa. Ele, como tantos antes dele, pensou que a política poderia ser a chave para a mudança. A Frelimo, porém, sempre teve outra agenda: não a da construção, mas a da destruição de todos os que ousam sonhar.

E tu, ainda insistes em andar de mãos dadas com a Frelimo, achando que é possível reformá-la, transformá-la, ou, pelo menos, negociar um pedaço daquilo que resta do poder. Achas que, ao te apoiares nela, serás diferente? Enganas-te, Venâncio. Todos os que, como tu, pensaram que podiam jogar o jogo e sair ilesos, descobriram demasiado tarde que a Frelimo não perdoa. Não há espaço para dissidentes, para vozes que desafiem o status quo, para aqueles que pensam que podem negociar uma parte da torta sem que, eventualmente, paguem o preço da traição.

Tu vês, mas não vês. Ou, pior ainda, escolheste não ver. A Frelimo, com sua máscara de unidade e progresso, tem um historial de sangue nas mãos. São décadas de manipulação, de uso das instituições para esmagar qualquer movimento genuíno de oposição. O povo já conhece as táticas: elogios vazios, promessas de mudança, sorrisos de fachada. Mas, no fim, o que sobra são os corpos esquecidos, as famílias dilaceradas e as almas destruídas por uma máquina que se alimenta da ingenuidade de quem ainda acredita na sua bondade. Então, Venâncio, acorda! O último que confiou na Frelimo não viveu para contar.

2025/12/3