Luis Munguambe Junior"
Onde está o líder? Pergunta-se isso todas as vezes que se vêem os rostos estampados nos jornais, ou ouvem-se os discursos ensaiados nas televisões. Será ele realmente um líder ou um mero oportunista, que usa a desilusão e a fome de mudança da população como trampolim para se elevar enquanto arrasta os outros para o fundo?
A verdade é que a política, em muitas partes do país, deixou de ser uma missão de serviço público para se transformar numa arte de disfarçar interesses pessoais e ambições desmedidas. Os que deveriam ser os guias da nação são agora vultos que se alimentam da ignorância, dos problemas e da desesperança do povo. Aparecem nas ruas, nos palcos das campanhas eleitorais, como se fossem os salvadores da pátria. Prometem tudo, falam de mudança, de progresso, de um futuro brilhante. Mas a sua única verdadeira intenção é garantir que os seus bolsos se encham, enquanto a fome se alarga, a educação se deteriora e os hospitais se colapsam.
Onde estão os líderes que se preocupam com as pessoas, com as suas necessidades, com os seus sofrimentos? Onde estão aqueles que sacrificam o seu conforto em nome de uma causa maior? Eles, se é que ainda existem, estão a ser abafados pelo som estridente dos discursos vazios, pela busca incessante do poder pelo poder. E o povo? O povo, na sua ânsia por mudança, segue-os cegamente, acreditando que, um dia, esses mesmos que os iludem irão salvar a sua pátria. Mas não, o que se vê é uma nação entregue a oportunistas que não têm a mínima intenção de mudar o estado das coisas. Eles não estão a servir a pátria; estão a servir a si mesmos.
Eles se tornam ricos, poderosos e influentes, enquanto os seus concidadãos continuam a ser vítimas do sistema que ajudaram a criar. Os líderes que o povo precisa não se preocupam em governar para o bem comum, mas sim em perpetuar o seu poder, em se manter no topo, enquanto as bases da pirâmide continuam a afundar. A sua estratégia? Manipular as massas, explorar as fraquezas da população, e oferecer migalhas enquanto as fortunas se acumulam nas suas contas bancárias.
São as suas promessas vazias que alimentam o ciclo da desilusão. Cada vez que falam, parece que estão perto de um novo amanhecer, mas o que os espera são noites escuras, sem fim. E, no entanto, continuam a ser venerados, continuam a ser seguidos por aqueles que acreditam, cegamente, que são mais do que simples instrumentos de manipulação. E os que ousam questionar? São vistos como traidores, como inimigos da nação. Pois, na terra dos oportunistas, a verdade é um luxo e a coragem uma fraqueza. Os verdadeiros líderes são aqueles que põem o povo em primeiro lugar, que se colocam na linha da frente da batalha por justiça, por igualdade, por oportunidades. Eles não se sentam em gabinetes climatizados enquanto o povo luta pela sobrevivência. Eles não se ocultam atrás de um véu de poder para submeter os outros a um destino de miséria. Eles não falam de mudança como se fosse uma palavra vazia, eles a realizam. Eles não buscam aplausos, nem reconhecimento; buscam, acima de tudo, o bem-estar dos seus compatriotas. O país não precisa de mais vaidade, de mais egos inflados. O país precisa de líderes. E esses líderes devem ser aqueles que têm coragem de enfrentar o sistema que os sustenta, que têm coragem de lutar pela liberdade, pela justiça e pela dignidade do povo. O que se vê hoje, na maioria das vezes, são oportunistas disfarçados de salvadores. Eles não estão a lutar pela mudança; estão apenas a lutar pela sua próxima vitória eleitoral, pela próxima oportunidade de acumular riqueza e poder.
O momento de despertar é agora. O povo precisa de líderes que realmente liderem, que coloquem os interesses do povo acima de tudo, que não tratem o país como um campo de caça, mas como uma pátria a ser honrada. Porque, no fim das contas, quem somos nós? Somos cidadãos com direitos, somos a nação, somos os responsáveis por dar voz à mudança. Não podemos continuar a ser vítimas dessa farsa. Não podemos continuar a permitir que nos governem os oportunistas. Exigimos líderes, e exigimos agora
2025/12/3
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