
Alberto Mudjadju"
O Estado Islâmico (EI) é um grupo terrorista que surgiu em 2006, no Iraque e se autodenomina como um Estado, mas não é reconhecido como tal pela comunidade internacional, a maioria dos países e organizações internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU), não reconhece o EI como um Estado soberano, porque não atende aos critérios estabelecidos pela convenção de Montevidéu de 1933, que define o Estado como uma entidade que possui: um território; uma população permanente; um governo; e uma capacidade de entrar em relacção com outros Estados. O EI não tem um território definido, pois seu controle é limitado a áreas especificas no Iraque e na Síria, e sua população é composta por combatentes e civis que estão sob seu controle. Além disso, o EI não é reconhecido como um Estado por nenhum país membro da ONU, e sua declaração de um califado islâmico não é reconhecida pela maioria dos muçulmanos. O EI é considerado um grupo terrorista por muitos países e organizações internacionais, incluindo EUA, União Europeia, ONU e a Liga Árabe. A propaganda do EI é uma parte importante de sua estratégia para criar medo e intimidação, e para recrutar novos membros e simpatizantes. Em suma, o EI não é um Estado no sentido clássico, mas sim um grupo terrorista que se autodenomina como um Estado para promover sua ideologia extremista e criar terror.
O Islão é uma religião que prega a paz, a compaixão e a justiça, e condena a violência e a opressão. O EI usa uma interpretação distorcida que favorece aqueles que são os seus objectivos extremistas e violentos. O EI tem sido responsável por ataques terroristas em vários países como: Iraque, Síria, Líbano, Egipto, Tunísia, França, Bélgica, EUA, Moçambique (atques em Cabo Delgado). A maior parte dos lideres muçulmanos a nível mundial condenam as acções do EI e afirmam que elas não representam o verdadeiro islão. O EI usa a religião como uma ferramenta para legitimar suas acções violentas; recrutar novos membros e simpatizantes; criar medo e intimidação; justificar a opressão e a violência contra outros. Assim sendo, é importante notar que o Islão não é a causa da violência do EI, mas sim uma interpretação mal feita e extremista da religião, pois a maioria dos muçulmanos rejeita a ideologia do EI e trabalha para promover a paz, a tolerância e a compreensão mutua. Desta forma pode se afirmar que o Estado Islâmico não é mesmo islâmico, porque não vai ao encontro dos propósitos do Islão.
A religião torna se um campo fértil para as acções terroristas porque toda a violência organizada deve seguir uma ideologia, e a religião por ser muito acreditada pelas suas boas acções é fácil qualquer um fazer o mal em nome dela. A religião é uma fonte de emoção e fé profunda para muitas pessoas, o que pode ser explorado por grupos extremistas para a justificar acções violentas, a religião também pode fornecer uma sensação de legitimidade divina para as acções terroristas, fazendo com que os perpetradores acreditem que estão cumprindo um dever sagrado. A religião pode fornecer uma sensação de identidade e perecimento para indivíduos que se sentem marginalizados ou excluídos, tornando os mais propensos a se juntar a grupos extremistas, por outro lado, a religião pode fornecer simbolismo e ritual poderosos que podem ser usados para mobilizar e motivar os seguidores, a religião pode também fornecer uma estrutura e autoridade e obediência que pode ser explorada por lideres extremistas para controlar e manipular seguidores. A religião pode fornecer uma visão do mundo que é desconectada da realidade, tornando mais fácil para os indivíduos justificar acções violentas e extremistas, assim como pode ser usada para explorar a pobreza e a desigualdade, criando um sentimento de injustiça e desespero que pode ser canalizado para as acções terroristas. Deste modo, é importante anotar que a religião não é em si a causa do terrorismo e que a maioria das pessoas religiosas é pacifica e rejeita a violência. A título de exemplo temos a violência na Nigéria, onde cerca de 7000 cristãos foram mortos nos primeiros 7 meses de 2025, com uma média de 30 cristãos mortos por dia. Tendo como consequências o deslocamento em massa de cristãos, com mais de 16 milhões de pessoas afectadas, bem como o trauma psicológico e violência sexual contra mulheres e crianças, e também a destruição de igrejas, escolas e propriedades cristãs.
Em suma, os grupos terroristas usam a religião como um ferramenta para justificar suas acções, e não o contrário. È importante sempre abordar as causas de base do terrorismo como a pobreza, as desigualdades sociais e a falta de oportunidades, e promover a tolerância, a compreensão e a coexistência pacífica (a coesão social como base) entre diferentes religiões e culturas.
2025/12/3
Copyright Jornal Preto e Branco Todos Direitos Resevados . 2025
Website Feito Por Déleo Cambula