
Alberto Mudjadju"
COP30 também conhecida como a 30ª Conferência das Partes, foi uma grande cúpula climática realizada em Belém, Brasil de 10 à 21 de Novembro de 2025, um evento que reuniu representantes de 198 países, juntamente com jovens activistas, defensores do meio ambiente, empresas e membros da sociedade civil para acelerar acções em direção a um planeta mais sustentável. A transição energética é um tema complexo e multifacetado que envolve a mudança de uma economia baseada em energias fósseis para uma economia mais sustentável e renovável. As energias fósseis constituem um problema ambiental, onde destacam se o petróleo, o carvão e gás natural que são uma das principais causas de poluição do ar e da água, contribuindo para o aquecimento global e as mudanças climáticas. A queima do combustíveis fósseis liberta gases de efeito de estufa, como o dióxido de carbono, que são responsáveis por cerca de 75% das emissões globais de gases de efeito de estufa, além disso, a extração e transporte de combustíveis fósseis pode ter impactos ambientais significativos, como destruição de habitantes naturais e a poluição das águas. A transição energética pode também ser vista como uma tentativa de manter o status quo por parte do ocidente, principalmente os países que se desenvolveram com o benefício do petróleo, gás natural e carvão mineral, inviabilizando assim o desenvolvimento de países como Moçambique através deste caminho. A indústria de energias fósseis é uma das mais poderosas e influentes do mundo, com uma grande capacidade de lobby e influência política, muitos países dependem fortemente das energias fósseis para gerar energia e impulsionar a economia, o que torna dificil mudar fontes de energia mais sustentáveis, a transição para energia renováveis pode ser cara e levar a perdas de empregos em sectores tradicionais. Mas essa transição energética mostra se ser necessária, visto que, pode reduzir as emissões de gases de efeito de estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas, as energias renováveis, como a solar e a eólica, estão se tornando cada vez mais competitivas em termos de custos e podem criar empregos e estimular a economia, assim como, melhorar a segurança energética e reduzir a dependência de fontes de energia importada. A transição energética é um desafio complexo que requer a cooperação internacional e a coordenação de politicas públicas, é necessário investir em tecnologias de energia renovável e em infraestruturas para apoiar a transição, também pode criar oportunidades para a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias e sectores. A questão de fundo é: Porquê alguns países mais desenvolvidos (Europeus principalmente) querem impedir os países em via de desenvolvimento a se alavancar usando as energias fósseis? São invocadas questões de varia ordem, desde o factor ambiental, passando pelas razões económicas, e por fim desaguando nas questões políticas. Quanto às questões ambientais o ocidente fala da poluição do ar e da agua, e o aquecimento global, bem como tentar evitar que os outros países sigam o mesmo caminho que eles seguiram no passado, quando a industrialização foi baseada em combustíveis fósseis, assim sendo colocam a ideia de que os países em via de desenvolvimento podiam saltar directamente para as energias renováveis, isso ajudará a reduzir as emissões globais de gases de efeito de estufa. Quanto às razões económicas, os países ocidentais tem uma vantagem competitiva no sector de energias renováveis com empresas lideres em tecnologias como a energia solar e eólica, e ao promover as energias renováveis nos países em desenvolvimento podem criar novas oportunidades de negócios e exportação para suas empresas, além disso, a transição para as energias renováveis pode reduzir a dependência dos países em desenvolvimento em relação as importações de combustíveis fósseis, o que pode melhorar a balança comercial desses países. Por último temos as razões políticas, onde os países ocidentais querem manter sua influência política e económica no mundo, e a transição para as energias renováveis pode ser uma forma de manter essa influência; ao promover as energias renováveis, os países ocidentais podem criar dependência nos países em desenvolvimento e manter sua posição de liderança no cenário internacional; além disso, a transição para as energias renováveis pode ser uma forma de promover os valores ocidentais, como a democracia e os direitos humanos nos países em desenvolvimento. Esse pode ser entendido como o ideal dessa transição energética proposta pelo ocidente, que tem sofrido duras críticas de alguns países em via de desenvolvimento, alegando que a abordagem ocidental é hipócrita, pois os países ocidentais se desenvolveram usando as energias fósseis e agora querem impedir os outros de fazer o mesmo, outros dizem que a abordagem ocidental é uma forma de imperialismo, pois os países ocidentais estão impondo suas próprias soluções e tecnologias nos países em desenvolvimento, bem como uma forma de manter a dependência dos países em via desenvolvimento em relação aos países ocidentais, em vez de promover o desenvolvimento sustentável e autônomo. É importante considerar a posição do ocidente, mas deve se dar também primazia as críticas a abordagem ocidental e promover uma abordagem mais justa e equitativa para o desenvolvimento sustentável.2025/12/3
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