Discriminação, Pré-conceito e Desigualdade Social Disfraçadas na Raça

Alberto Mudjadjo"

Originalmente o termo “raça” era utilizado na zoologia para classificar especies de animais com base em caracteristicas fisicas e biológicas. Assim sendo, ao longo da história o conceito de raça foi aplicado aos seres humanos de maneira problemática. Em zoologia essa classificação é baseada em critérios cientificos, como morfologia, genética e distribuição geográfica. Quando aplicado aos seres humanos o conceito de raça é mais complexo e controverso, visto que a classificação racial humana é baseada em caracteristicas fisicas, como cor de pele, textura do cabelo e formato do resto, a raça humana não é uma categoria biológica fixa ou cientificamente precisa, pois a variação genética humana é mais complexa e não se encaixa em categorias raciais definidas. A classificação racial humana é frenquentemente usada para justificar descriminação, preconceito e desigualdade, a raça humana é uma construção social e cultural, influenciado por factores históricos, politicos e económicos, assim como acontece com o conceceito de “genero”, também fruto da construção social. A genética humana é mais complexa do que o que a classificação racial sugere, e a variação genética humana é maior dentro de grupos raciais do que entre eles.

Arthur de Gobineau ou simplesmente Conde de Gobineau foi um diplomata e escritor francês do século XIX, conhecido por sua teoria sobre a desigualdade das raças humanas. Em sua obra “Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas”, publicada em 1853-1855, Gobineau fundamentou que as raças humanas são fundamentalmente diferentes e que a raça ariana é superior às outras. Esta teoria de Gobineau se baseia na ideia de que as raças são fixas e imutáveis, e que cada raça tem caracteristicas especificas que determinam o seu destino, disse ainda que a raça ariana é a mais inteligente e capaz, enquanto que as outras raças são inferiores e destinadas a ser subjugadas. A teoria de Gobineau sobre as desigualdades das raças humanas teve uma grande influência no desenvolviemto do racismo cientifico e do nazismo, entretanto, sua teoria também foi amplamente criticada por sua falta de base cientifica e por sua natureza discriminatória como se verificou com a perseguição aos judeus. O legado deixado por Gobineau é complexo e controverso, pois sua obra foi amplamente criticada, mas também reflecte as atitudes e pré-conceitos da época em que viveu. È muito importante perceber o contexo histórico em que ele viveu e escreveu, mas não se deve deixar de criticar e rejeitar as ideias racistas e discriminatórias que ele promoveu. O conceito de raça é mais problemático quando aplicado aos seres humanos do que na zoologia, por isso é importante reconhecer que a raça humana é uma construção social e cultural, e não uma categoria biológica fixa, devendo assim abordar a diversidade humana com sensibilidade e respeito, evitando a discriminação e pré-conceito. Este pensamento cultivado pelo Conde de Gobineau fomenta o racismo, este por sua vez é um problema grave e persistente na sociedade actual, afectando milhões de pessoas em todo o mundo. Em alguns países a desigualdade racial é evidente em todos os indicadores sociais, como renda, acesso a saúde e educacção. O racismo tem um impacto muito forte hoje em dia em diversas areas a saber: desigualdade no mercado de trabalho, os negros enfrentam barreiras para conseguir empregos bem remunerados e são frenquentemene vitimas de descriminação no ambiente de trabalho; limitações no acesso a educação formal, os alunos negros tem menos acesso a educação de qualidade e são menos representados nas universidades; problemas de saúde, a população negra tem menos acesso a serviços de saúde de qualidade e sofre com taxas mais altas de doenças como hipertensão e diabetes; violência e discriminação, a população negra é mais propensa a sofrer violência policial e discriminação em diversas esferas da sociedade. Diante dessas adversidades todas existem desafios a ser superados na luta contra o racismo com por exemplo o racismo institucional, que está enraizado nas instituições públicas e privadas, perpetuando a discriminacção e a desigualdade, por outro lado podemos também dar referência a falta de representatividade, em alguns países como o Brasil por exemplo, a escassa representação negra na midia e na politica contribui para a perpetuação de estereótipos racistas, e também a necessidade de politicas públicas efectivas, é preciso implementar politicas públicas mais amplas para combater o racismo e promover a igualdade racial. O racismo manifesta se  de várias formas destacando se a desigualdade, que alia-se a injustiça limitando as oportunidades e os recursos para individuos e grupos marginalizados; saúde mental, o racismo pode ter efeitos negativos na saúde mental, incluindo estresse, ansiedade  e depressão; também verifica se a violência, visto que o racismo pode levar a violência e ao ódio, incluindo crimes de ódio e violência policial. A luta contra este mal deve ser levada a cabo em várias vertentes, na educação onde é fundamental para combater o racismo, incluindo a promoção da diversidade e da inclusão, a legislação também é importante para proteger os direitos dos individuos e grupos marginalizados e para comabter a discriminação racial, por fim propõe a acção colectiva, que é fundamental para combater o racismo, incluindo a mobilização de comunidades e a promoção de mudanças sociais. Contra este fenómeno a empatia é importante, visto que é necessário entender as experiências e perspectivas dos individuos e grupos marginalizados, e promover a comapixão como forma de evidenciar a empatia, pois pode promover a comapixão e solidariedade, ajudando a criar uma sociedade mais justa e inclusiva.

2025/12/3