Alberto Mudjadjo"
Hoje em dia a falta de certeza, tem sido um elemento que se verifica em várias abordagens, sendo assim um elemento critico que está cada vez mais a crescer, a partir do momento em que os problemas se tornam mais complexos. As informações não claras e que oferecem confiança, mesmo a abundância de informação que chega de várias fontes, pode causar naqueles que tem o poder de decisão certas dúvidas, dificultando assim na tomada de decisão de forma rápida e adequada, visto que, o líder deve decidir em momento oportuno. Nos dias de hoje, a semelhança do que acontece nos teatros operacionais em África, o mundo inteiro tem assistido as guerras hibridas, onde o inimigo é multifacetado, exigindo assim do líder militar uma preparação psicológica que vai para além das tácticas no campo de batalha, abrangendo também outros campos sociais e políticos das acções militares. Essa complexidade e dificuldade na tomada de decisão verifica se ainda mais com o excesso de informação que circula na mídia, assim como pela escassez da mesma. Temos a titulo de exemplo um dos ataques que aconteceu no Congo este ano levado a cabo pelo grupo M23, onde registou se mortes de militares e civis, como consequência as Forças de Defesa e Segurança (FDS) encontraram se num dilema: por um lado havia a necessidade de responder ao ataque feito, por outro lado, existiu uma pressão da opinião pública devido ao número de vitimas civis como consequência do ataque. Existe neste contexto, uma guerra de narrativas (as FDS com um modus operandi a ser seguido, e a ideia formulada pela opinião pública), onde essa guerra pode dificultar ou limitar a liberdade de acção na condução das operações por parte do líder militar. Desta feita, a acção das FDS exige uma percepção ampla do complexo das Relações Civis-Militares (RCM), onde não basta apenas seguir minuciosamente o que vem escrito nos manuais de táctica, mas sim, uma necessidade de se levar em consideração alguns aspectos políticos e psicossociais das acções a ser empregues pela força. Assim deve se reduzir as incertezas, estabelecer uma relação de confiança entre o líder e os seus liderados de modo a alcançar os objectivos traçados. As formas diversificadas na tomada de decisão de vida ou morte, tornam ainda mais complexo o processo de decisão. Os lideres militares muita das vezes são confrontados com a ideia de ter que proteger sua força e alcançar os objectivos preconizados simultaneamente, indo ao encontro do estabelecido pelo Direito Internacional Humanitário (DIH) no que concerne as leis da guerra. O líder militar deve obedecer rigorosamente no campo de batalha a responsabilidade de proteger e responsabilidade ao proteger civis. O primeiro, seria a “bagagem” psíquica que o militar deve carregar no seu código de conduta para salvaguardar a vida de civis em ambiente de guerra, uma obrigação assinada. O segundo, seria na mesma linha de pensamento como proceder num ambiente hostil para ajudar os civis que estejam implicados no conflito. É extremamente importante a existência de um líder militar moderno mais preparado, não apenas em acção a nível táctico, também a outros níveis, porque a dinâmica dos conflitos modernos (guerras hibridas) ultrapassa os limites do campo de batalha, desta feita, acaba influenciando a mente dos combatentes e dos civis afectados directamente ou não pelo conflito. Como dissera anteriormente, a escassez ou excesso de informação pode resultar em decisões baseadas em dados incompletos ou enganosos devido a desinformação. As ameaças actuais como cibernéticas, os conflitos híbridos e o ambiente internacional, desafiam os lideres militares a se adaptarem as formas de guerra para as quais não foram tradicionalmente treinados. A escassez de informação e de recursos obriga os lideres militares a fazer mais com menos, muitas das vezes sob intensa pressão. Essa pressão verifica se muita das vezes sobre os lideres devido a forma como a informação corre nos dias de hoje, é difundida de forma rápida. Assim sendo, cada decisão que é tomada pode imediatamente ser avaliada pela opinião pública ( o poder dos mídias), não apenas ao nível regional ou nacional, mas também internacional, dando a perceber que a informação é muito poderosa quanto à algum material bélico. De salientar que essa descoberta da importância dos mídias (o poder da informação) para muitas incursões terroristas não é de hoje, muito antes a Al-Qaeda tinha descoberto a importância da internet e da televisão por satélite, e uma vez Bin Laden afirmara que “ a retórica e a propaganda por satélite podem estar em pé de igualdade com os bombistas e os misseis cruzeiro”. Por essa razão, essa organização desde o inicio investiu tanto na publicidade e nos mídias por conhecer as potencialidades dessas componentes, naquilo que poderiam criar nas pessoas, e isso veio a agravar se quando eles perdem a sua base no Afeganistão, tornando se assim numa organização mais virtual. Segundo Lynch (2006: 50) “A estratégia mediática da Al-Qaeda é inseparável da sua estratégia política, com o terrorismo e a sua acção a trabalharem a par do objectivo de potenciar a identidade islâmica e de confrontar essa identidade com a do Ocidente”.2025/12/3
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