É NATAL...

Afonso Almeida Brandão"

ercebemos que a Vida tem mesmo graça quando, mal abrimos os olhos de manhã, nos lembramos de uma coisa que nos apetece fazer. Dispensamos aquele período de “terra de ninguém” em que, ainda de olhos fechados, tentamos perceber se está Luz lá fora e se Chove ou faz Sol. Zip, saltamos da cama em dois segundos e logo a assobiar. Não interessa a natureza do programa — que pode ser o dia em que vamos dar a volta ao Mundo, ou simplesmente aquele em que temos a certeza que o carteiro nos vai trazer uma carta. Agora, nesta época de Natal, basta acreditar que um dos anjinhos do Pai Natal veio buscar o envelope que lhe deixámos ao pé da chaminé, na noite de 24 para 25. O importante é ter expectativas... acreditar que aquele dia vai ser dieferente do anterior e, se possível, ainda melhor. Pricisamos de expectativas, é a conclusão a que cheguei. E de surpresas — até porque para haver surpresas é preciso gente que nos saiba sur ercebemos que a Vida tem mesmo graça quando, mal abrimos os olhos de manhã, nos lembramos de uma coisa que nos apetece fazer. Dispensamos aquele período de “terra de ninguém” em que, ainda de olhos fechados, tentamos perceber se está Luz lá fora e se Chove ou faz Sol. Zip, saltamos da cama em dois segundos e logo a assobiar. Não interessa a natureza do programa — que pode ser o dia em que vamos dar a volta ao Mundo, ou simplesmente aquele em que temos a certeza que o carteiro nos vai trazer uma carta. Agora, nesta época de Natal, basta acreditar que um dos anjinhos do Pai Natal veio buscar o envelope que lhe deixámos ao pé da chaminé, na noite de 24 para 25. O importante é ter expectativas... acreditar que aquele dia vai ser dieferente do anterior e, se possível, ainda melhor. Pricisamos de expectativas, é a conclusão a que cheguei. E de surpresas — até porque para haver surpresas é preciso gente que nos saiba suR preender e isso é o melhor de tudo.

Tenho memória (ou será só a sensação?), de que as notícias e os acontecimentos eram saboreados um de cada vez — o primeiro dia de aulas de cada ano, a manhã em quem o ratinho tinha deixado uma moeda por troca de um dos nossos dentes, a chegada de um primo, o primeiro dia de férias do Natal, o Natal, a manhã em que esperávamos que o feijão plantado no dia anterior já chegasse ao Céu, como o da história. Um casamento, preparativos e tudo, dava para mais dois meses... E mal “acabávamos” um acontecimento, começávamos a antecipar o próximo, marcado já no Calendário.

As coisas más também duravam muito mais — as separações, as brigas, a morte e o luto. Agora consumimos as sensações muito mais depressa. Só temos tempo para pensar no Natal na véspera e, se a nossa Mãe nos telefonar a lembrar, esquecemo-nos dos nossos próprios anos. As semanas passam a correr e se a ida ao dentista já não nos dá noites a fio de pesadelo — graças às anestesias, é verdade, mas também ao facto de não podermos desperdiçar muito tempo a remoer no assunto — também a chegada de um amigo é “despachada” com um jantar apressado, porque amanhã toda a gente se tem de levantar cedo. Tudo isto só significa um desafio à imaginação, temos de inventar mais surpresas por minuto — para nós próprios e para os outros — ou reinventar as antigas.

Não diga que não é capaz, porque basta ver o que faz a publicidade. Sempre que julga que mais ninguém vai inventar uma maneira de o fazer tirar os olhos da estrada, das páginas de texto de uma revista ou de um qualquer jornal, do livro que lê em frente da televisão, há alguém que descobre uma maneira de o fazer olhar.

Basta transportar para o dia-a-dia e para as relações com os outros a imaginação dos criativos de marketing e vai ver que salta todos os dias da cama com outro entusiasmo. Se suspeitasse que na sua caixa de correio, em lugar daquela papelada toda a anunciar os preços nos supermercados, estava uma torrada feita só de partes do meio, com um bilhete apaixonado do seu namorado, ou flores do seu marido, ou simplesmente um exemplar de um jornal desportivo, diga lá que não dispensava o despertador? Em último caso, compre um daqueles calendário do Advento — até aí a imaginação do marketing chegou e agora, por trás de cada janelinha há um chocolate, ou um brinquedo, porque já ninguém se levanta só para ver qual era o desenho desse dia. Chegados aqui só me resta terminar a desejar aos nossos Leitores, Assinantes, Anunciantes, Prezados Colaboradores e Amigos, em geral, um Feliz Natal e Um Ano Novo Próspero para 2025. A todos, numa palavra, BOAS FESTAS!

2025/12/3