CHEGOU A HORA DO POVO ACORDAR

Afonso Almeida Brandão"

 

Governar uma Nação é sempre uma obra colectiva e, sendo verdade que habitualmente existe alguém que é visto como determinante pela opinião pública, a verdade é que a qualidade dos resultados resulta da qualidade Humana, Técnica e, porventura Política, de meia dúzia de pessoas. Este é o actual dilema moçambicano, porque os três (des)governos da FRELIXO de feição «Chuxa»-lista — depois de Samora Machel, após a sua morte trágica, ocorrida de forma estranha e ainda por esclarecer —, a verdade é que nunca tiveram essa meia dúzia de pessoas de qualidade. O Governo de Joaquim Chissano teve algumas pessoas com qualidade técnica, mas portadores de insuficiente nível político, além de se ter concentrado apenas na missão de resolver o problema das Finanças Nacionais. Talvez que um segundo mandato de Joaquim Chissano tivesse sido uma oportunidade, contudo, perdida para Moçambique por razões que a maioria do cidadão mais atento sabe... Os (des)governos dos três últimos Presidentes da FRELIXO, no “poleiro” há 50 anos — sobretudo de Filipe Nyusi que deixou o País praticamente de “tanga” nos últimos 10 anos de roubos, compadrio, favoritismos a amigalhaços, tráfico de droga e desvios sucessivos para contas em Paraísos Fiscais — são/foram aqueles que estiveram/estão ainda mais longe do ideal de quem foi Primeiro-Ministro (falamos de Adriano Maleiane, por exemplo), que foi ex-Governador do Banco de Moçambique, se rodear da tal meia dúzia de pessoas de qualidade. De facto, a Mediocridade é a marca mais distintiva dos governos de Filipe Nyusi, tanto no plano Técnico, como nos planos Humano e Político. Sendo que, pelo menos, alguns dos anteriores Primeiros-Ministros Frelimista, sobretudo aquando dos mandatos de Armando Guebuza e de Filipe Nyusi, pensassem que eram autocratas potenciais e que personalizavam o princípio da certeza de que tudo estava bem (o que é falso, sejamos francos!) — e que mais não fizeram senão terem deixado o País de “tanga” e a «gritar ao Gregório», como sabemos...

E tudo isto com a agravante — e nota negativa — de que “essa” tal meia dúzia de pessoas que rodearam os três últimos Presidentes da República, em Moçambique, no cargo de Primeiro-Ministro tivessem eles (coitados!) acreditado nisso... É esta a situação que está na base das presentes dificuldades do recente Ministro da Economia, Basílio Muhate, nomeado por Daniel Chapo, actual Presidente da República, que VM7 considerou que o melhor seria que  Senhor fosse «uma carta fora do baralho» Frelimista por este novo Governo empossado, bem como Carla Alexandra Louveira que ocupa o Ministério das Finanças e que também deixa muito a desejar. E não só falamos destes dois Ministérios, mas adiante! Mas em relação ao Ministro da Economia, sendo ele “um sonhador”, com uma falta de cultura tecnológica e falta de muita experiência de gestão, somos de opinião que não será recomendável (nem venha a ser útil ao presente Governo em exercício), uma vez  que ambos os Ministros não possuem as qualificações necessárias para os cargos para os quais foram nomeados —, o que em nosso entender, de facto, não deixa de ser previsível que seja uma oportunidade perdida, porque a Mediocridade geral infecta a governação deste novo Governo de forma irreversível. Quem percebem eles de Política? Que experiência têm para governar um Ministério? Não brinquemos com coisas sérias...

Não obstante, neste ponto, adiantamos já agora, que em todos os Governos existe sempre alguém com Qualidade e o Governo de Daniel Chapo não é excepção, já que a questão é que a Qualidade da governação depende muito do Colectivo. E este facto não nos parece que seja um dos alicerces evidente. Samora Machel não era um homem com o conhecimento dos potenciais governantes de qualidade, mas soube gerir da melhor maneira a colocação dos Ministros, à época empossados. Ou seja, Samora Machel cumpriu o princípio da meia dúzia de pessoas de Qualidade.

Presentemente, já bastantes Comentadores da actividade governativa (ou talvez não!) se estão a dar conta das consequências da ausência de Qualidade do actual Governo, começando a ver o óbvio: as contradições existentes em algumas das decisões, apesar de acharem que isso se deve a uma ausência de Coordenação, quando de facto é o resultado, desde o início, da Mediocridade Geral da maioria dos governantes, embora a questão do problema seja transversal e muito mais vasta.

Pela primeira vez existe um debate em Moçambique como noutras latitudes, como muito bem referiu Salomão Moyana sobre a questão de saber se o atraso dos povos é culpa dos Governos ou do Povo.

Sendo para nós óbvio que normalmente é de ambos, com a nota de que no caso de Moçambique nenhum Povo, no seu pleno juízo, deveria ter dado a maioria absoluta à FRELIMO nas últimas eleições, pois todos nós sabemos que ESTAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES FORAM FRAUDULENTAS, COM VOTOS ALDRABADOS, UMA VEZ QUE ISSO TAMBÉM DEPENDEU DAS REGRAS ELEITORAIS NÃO TEREM SIDO PLENAMENTE DEMOCRÁTICAS e por isso mesmo é que o resultado final foi duma elevada ABSTENÇÃO a rondar os 72% dos Votos FALSOS à «boca das Urnas» não sabendo nós o que pensam os que não votaram e porque razão é que os Observadores Internacionais que estiveram em Moçambique limparam as mãos” desde o princípio, a toda essa Vergonhosa Eleição Surrealista. Em suma: Venâncio Mondlane e o Povo que votou nele foram as principais vítimas... Ou estamos errados?

Mas o mais curioso é que não ouvimos até agora nenhum dos “nossos” Comentadores Políticos afirmar que Daniel Chapo está no lugar errado e quem é que devia de estar na Ponta Vermelha era Venâncio Mondlane. Desde o facto de acrescentar factores como a realidade da corrupção no nosso País, a título de exemplo, e que deveria ter sido devidamente alertada aos Eleitores Moçambicanos menos esclarecidos ou mesmo ignorantes da Realidade, acresce afirmar que desde o início, vai agora fazer 50 anos em Julho próximo, a governação FRELIMISTA, por táctica eleitoral ou por genuína vontade de acudir aos sectores mais desfavorecidos da Sociedade. Daí a luta com um problema insolúvel, que são as políticas que não promovem o Crescimento Económico. Ou seja: na ausência de capacidade de promover o Investimento Nacional e Internacional, nomeadamente na Indústria e na Cativação de novos Investidores estrangeiros para Moçambique, a verdade é que todos sabemos que os Governos dos três anteriores Presidentes da República gastaram (e roubaram!) o que tinham e o que não tinham, na tentativa de minimizar o mal-estar social através de cada vez mais IMPOSTOS, o que por sua vez limitou ou anulava de certa maneira a possibilidade desse mesmo investimento. Os nossos Comentadores e Analistas Políticos (repetimos) — que proliferam na Capital Maputo — e um pouco por todo o País, com as suas opiniões de pobreza, através dos principais Canais de Televisão —, seria bom que viessem a “abrir os olhos” ao Povo de forma esclarecedora e convincente, a bem de todos. Como tem procurado contribuir o Jornalista Salomão Moyana aos Domingos, no seu habitual espaço público televisivo.

Entretanto, vamos ter pela frente mais cinco anos desta telenovela, com Daniel Chapo como “Maestro da Orquestra Sinfónica”, que acaba de dar os primeiros passos, à frente dos Destinos de Moçambique, sem grande curiosidade sobre o seu desfecho que já está anunciado, e que nos conduzirão à cauda de todos os Países que constituem presentemente os PALOP´s, quiçá, a CPLP, sendo que alguns indicadores já anunciam que lá estamos. Alguém tem dúvidas?

Talvez agora que Daniel Chapo e Venâncio Mundlane seja a Esperança que todos esperam, através da aproximação de ambos, venha a dar os frutos positivos que Moçambique e o Povo sofredor espera com expectativa. Contudo, deixamos a pergunta no ar: de quem tem sido a culpa de toda esta “embrulhada” em que o País se encontra “agonizado” até hoje? Dos governos? Dos “Metralhas” da FRELIXO que estão no “poleiro” há cinco décadas? Ou será de todos nós, que o temos permitido...?!

Quem souber que responda, por favor e que nos diga de sua justiça, pois da nossa parte levamos em consideração que as Leis Eleitorais e a Sofrigadão do Poder sempre foi a GANÂNCIA que favoreceu o Partido FRELIMO desde que este está à frente dos destinos do nosso País, através de sucessivas aldrabices e fraudes Eleitorais cometidas, Eleição após Eleição, desde 1994.

Chegou a Hora do Povo acordar!

2025/12/3